Esgrimista da Seleção Brasileira celebra essa como maior vitória e aluno do segundo ano avalia ensino remoto e relata espera por visto, vacina e quarentena
A esgrimista da Seleção Brasileira Talia Calazans não competiu nas Olimpíadas, mas comemora com a felicidade de quem ganhou medalha de ouro. A gaúcha foi selecionada para a University of Pennsylvania, nos Estados Unidos, e se prepara para embarcar para esse novo desafio. Já o paulista Guilherme David Silva teve que esperar um ano para conhecer sua universidade, a Stanford University, por conta da pandemia. Só agora, com a vacinação avançada nos Estados Unidos e a flexibilização da entrada de estudantes brasileiros no país, eles poderão ir ao campus e ter a experiência completa de estudar fora. A consultoria educacional internacional Crimson Education (www.crimsoneducation.org) auxiliou os dois para que conseguissem bolsa de estudos nas renomadas instituições e acompanha a evolução do cenário.
“Por mais que já esteja efetivamente estudando lá, de forma remota, a experiência não é a mesma do que se fosse in loco. Tive muito aprendizado até agora, eles prezam por um ensino à altura, com discussões, apoio pela plataforma e aulas gravadas que permitem que a gente coordene o nosso tempo, de acordo com o fuso horário do nosso país. Mas só vi a universidade por foto e vídeo, ainda não pisei no campus e conheci as pessoas pessoalmente”, conta Guilherme David Silva, 22 anos, estudante do segundo ano na Stanford, uma das principais instituições de empreendedorismo e inovação do mundo e responsável direta pelo surgimento e manutenção do Vale do Silício. No ano passado, ele cursou as aulas online, e está na expectativa para as presenciais – a partir de 20 de setembro. “Será uma mudança muito grande, tanto em relação aos estudos quanto para conhecer a vida no ‘novo normal’, já que lá a situação está diferente da daqui”, complementa.
O EUA liberou a entrada para estudantes brasileiros desde o fim de abril, com a condição de que só poderiam chegar ao país com até 30 dias antes do início das aulas. Silva acompanha as mudanças de regras para estrangeiros e as notícias sobre a Covid-19. “Cada universidade tem um procedimento diferente, sendo que muitas adotaram a quarentena de sete ou 14 dias para quem não tiver sido vacinado – e algumas vacinas daqui não são aceitas lá. Eu planejava tomar a minha no aeroporto, mas deu tempo de tomar a primeira dose da Pfizer. Ainda assim, vou direto para a quarentena”, ri Silva, no caminho para se formar em ciência da computação.
A procura de brasileiros por instituições americanas aumentou nos últimos meses e tende a se intensificar agora que as universidades voltam a receber esses alunos. “O Common Application, portal de candidatura utilizado por mais de 900 universidades dos EUA, reportou ter tido um aumento de 41% nas candidaturas vindas do Brasil no ciclo 2020-2021 em comparação com o período anterior. A expectativa é a de que esse número aumente ainda mais” explica Laila Parada-Worby, gerente da Crimson no Brasil. Silva está ansioso para conhecer seus colegas. “Estudar fora sempre foi um sonho e me preparei muito para isso – até porque vim de escola pública. Veio a pandemia e não tinha o que fazer, a não ser aceitar o mundo e dar o meu melhor. Agora vou ter a experiência completa”, comemora.
Esgrimista da Seleção celebra bolsa de estudos como a maior vitória
Atleta da Seleção Brasileira de Esgrima, Talia Calazans estava em competição no Egito quando recebeu a notícia de que tinha sido aprovada – com bolsa – na University of Pennsylvania, a 8ª melhor universidade dos EUA, integrante da prestigiada Ivy League. “Dentre todos os campeonatos que já participei, esse foi o de maior euforia, pois foi resultado de tudo o que já construí até aqui. É uma sensação indescritível”, vibra a jovem, 1ª ranqueada do Brasil e 27ª do mundo na categoria sub-20.
Assim como Silva, Talia também foi selecionada da Bolsa Crimson Brasil e teve o suporte completo para a candidatura nas universidades, assim como ajuda para obtenção de bolsas de estudo e tutoria para provas. Com o apoio, ela passou em outras duas instituições, mas escolheu a UPenn por ter uma equipe forte de esgrima. “Continuar o esporte era condicionante para mim. Faço esgrima há 10 anos e quero continuar competindo. Vou treinar pelo time da faculdade, vestir a camisa deles, o que me qualificará ainda mais para representar o Brasil quando tiver campeonatos internacionais”, diz ela, aos 19 anos, com os Jogos Olímpicos 2024 no radar.
A reabertura de universidades americanas para alunos brasileiros é a primeira conquista de muitas. “Quando fui aceita, no início do ano, estava tudo caótico e incerto em relação ao visto de estudante, não estavam flexibilizando e a gente não sabia o que ia acontecer. Foi um alívio ter o aval para concretizar essa grande vitória”, celebra Talia, que fará graduação em Biofísica e mestrado em Física e vai participar do programa de pesquisa científica Vagelos.
Sobre a Crimson Education
Fundada em 2013, a consultoria educacional e internacional oferece suporte especializado na preparação de alunos para que sejam aceitos nas mais renomadas universidades dos EUA, Reino Unido e Canadá. Anualmente, centenas de alunos da Crimson Education conquistam aprovações em universidades da Ivy League (em que se incluem Harvard e Yale) e em outras instituições renomadas como Stanford, MIT, UCLA, Johns Hopkins University, NYU, UC Berkeley, Oxford, Cambridge, University of Toronto, UBC, entre outras. Neste ano, 40% de alunos brasileiros obtiveram aprovações em uma das 20 melhores universidades dos Estados Unidos, 100% em uma das 10 melhores do Reino Unido e 83% em uma das três melhores do Canadá.