
Radix Florestal celebra 10 anos e é a primeira brasileira a receber aporte direto do buscador alemão; climatech é selecionada para Nature Investment Lab para estruturar mercado de carbono
No ano em que completa uma década, a Radix Florestal recebe o investimento de aproximadamente R$ 10 milhões (€ 1,5 milhão) da Ecosia, mecanismo de buscas ecológico conhecido por financiar o plantio de árvores com os lucros de suas pesquisas online. O aporte marca o primeiro investimento direto da empresa alemã em uma startup brasileira de reflorestamento, com intuito de ampliar o impacto ambiental.
“Nosso objetivo vai além de plantar árvores. Queremos garantir que elas cresçam, sobrevivam e cumpram seu ciclo ecológico, contribuindo de fato para o sequestro de carbono e a regeneração de ecossistemas vivos e saudáveis”, afirma Mathias Perobelli Schmidt, especialista em investimentos agroflorestais da Ecosia. A escolha da Radix se deu pelo modelo de negócio que combina reflorestamento biodiverso e sucessional com produção agrícola. A empresa já restaurou 150 hectares de áreas degradadas na Amazônia, transformando-as em florestas produtivas com cerca de 100 mil árvores de 12 espécies nativas e exóticas.

Fundada em 2015, a Radix alia impacto socioambiental a retorno financeiro. A startup democratiza o acesso a investimentos verdes por meio de tokenização de ativos florestais e equity crowdfunding, permitindo que indivíduos e organizações se tornem sócios de projetos de restauração e compartilhem dos resultados da produção florestal sustentável. “Nossa visão é fazer do reflorestamento não apenas uma necessidade ambiental, mas também uma oportunidade econômica acessível, alinhada às metas globais de ESG e desenvolvimento sustentável”, afirma Gilberto Derze, sócio-fundador da climatech.
Com o aporte da Ecosia, a Radix planeja implantar mais 2.000 hectares até 2030 e projeta sequestrar 21 milhões de toneladas de CO₂ até 2050. O recurso será aplicado na aquisição de terras e na manutenção e adoção de tecnologias como drones e satélites, que garantem transparência, rastreabilidade e resultados mensuráveis. Até agora 1.084 investidores já aportaram mais de R$ 10 milhões na empresa. Cerca de 5% dos recursos foram destinados à comunidade local, em Roraima, gerando impacto ambiental, econômico e social.
Potencial brasileiro atrai atenção global
Sede da COP30 – a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas – o Brasil tem se destacado pelo potencial para mitigar as mudanças climáticas. A Ecosia, por exemplo, planta mudas de árvores no país desde 2014, com mais de 28 milhões de exemplares estabelecidos desde então. “Buscamos ecological hot spots — ecossistemas altamente biodiversos — e o Brasil reúne condições ideais para projetos em larga escala, com vastas áreas de florestas nativas e terras degradadas passíveis de regeneração”, afirma Schmidt. A empresa mantém projetos no mundo todo, com um total de 235 milhões de árvores plantadas há mais de três anos – parâmetro usado pelo buscador para contabilizar os resultados.

O sistema de silvicultura e agrofloresta da Radix integra espécies madeireiras, castanheiras e culturas agrícolas. À medida que as árvores comerciais são colhidas, espécies nativas são replantadas, criando um ciclo sustentável. “O objetivo é regenerar milhares de hectares de floresta amazônica, estabelecendo corredores ecológicos e contribuindo para a captura de carbono da atmosfera. Esse é nosso propósito e legado”, reforça Derze. A produção certificada e o beneficiamento dos produtos também impulsiona renda e oportunidades nas comunidades próximas aos projetos.
Startup integra Nature Investment Lab para destravar mercado de carbono

O mercado de carbono também tem direcionado os holofotes para o Brasil, que pode assumir o protagonismo global no processo de descarbonização – já que concentra 15% do potencial mundial de captura de carbono por meios naturais, de acordo com a consultoria McKinsey. A Radix é uma das selecionadas para participar do Nature Investment Lab, laboratório criado pelo Banco do Brasil (BB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ), Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Instituto Itaúsa com o objetivo de debater e impulsionar o financiamento e a ampliação de soluções baseadas na natureza (SbN).
Foram escolhidas cinco iniciativas, com capacidade de captar mais de US$ 73 milhões em investimentos, restaurar mais de 126 mil hectares, beneficiar diretamente 15 mil famílias e remover 540 milhões de toneladas de CO₂ até 2030: Radix Florestal, Inocas, Camocim Organic, Caaporã e Soleum. “Alcançamos conquistas importantes nesses 10 anos em operação e queremos ir além. A restauração produtiva é um setor em estruturação no país e demanda investimentos para crescer na velocidade que precisa”, finaliza Derze.
Sobre a Radix
Empresa implementadora e gestora de ativos ambientais que transforma áreas degradadas da Amazônia em florestas produtivas, alinhando retorno financeiro e impacto socioambiental. Criada em 2015, a Radix celebra uma década de atuação com o investimento de R$10 milhões do Ecosia, maior buscador ecológico do mundo, e tem a meta de sequestrar 21 milhões de toneladas de CO₂ até 2050
Sobre a Ecosia
Ferramenta de buscas online que destina 100% dos lucros a projetos ambientais pelo mundo. Criada em 2009 pelo empresário alemão Christian Kroll, a Ecosia tem mais de 235 milhões de árvores plantadas em 35 países, sendo 28 milhões apenas no Brasil