Guardadoria recebe investimento de fundo global para mudar a forma do brasileiro lidar com o fim da vida; planejar o pós-morte com tecnologia traz paz e economia de até 80%
Enquanto em outros países as pessoas planejam em vida o que será escrito em suas próprias lápides e quais músicas vão tocar no funeral, no Brasil a morte ainda é um tabu. A startup Guardadoria nasceu para acabar com esse estigma e recebeu o aporte de US$ 150 mil de um fundo global para mudar a forma como os brasileiros encaram a finitude, com a democratização do planejamento dessa passagem e tecnologia para simplificar processos que hoje são caros e burocráticos.
“É uma questão cultural. Os europeus e americanos lidam com a morte de uma forma diferente dos latinos, que batem na madeira três vezes quando falam sobre esse assunto. É preciso reverter esse quadro, para evitar conflitos familiares e perdas patrimoniais”, diz Fabricio Santana, idealizador da Guardadoria. O trabalho da death tech brasileira chamou a atenção do fundo de investimento.
Criada em 2023, a Guardadoria é uma plataforma de planejamento para o fim da vida que promove a reflexão sobre a finitude, com registro de memórias e de documentos importantes, testamento digital, constituição de holding familiar, memorial de autobiografias e auxílio profissional em questões operacionais, patrimoniais e emocionais. “Trazemos tecnologia para simplificar os processos que, se realizados após o falecimento, são dolorosos, caros e trabalhosos”, afirma Santana.
A morte de um ente querido custa 400 horas de três ou quatro pessoas envolvidas com os trâmites e decisões como enterro ou cremação, detalhes do velório, doação de órgãos e toda a papelada, segundo especialista. Somam-se os conflitos familiares relacionados à partilha de bens e as burocracias e despesas relacionadas à sucessão patrimonial. Ao fazer todo esse planejamento em vida, a pessoa evita possíveis impasses, economiza em impostos e ainda organiza tudo da forma como deseja.
Planejamento da morte poupa estresse e até 80% em impostos e taxas
“Cuidar da herança não é coisa de rico, como muitos imaginam”, aponta Santana, que exemplifica que uma pessoa com R$ 500 mil de bens e apenas um herdeiro – o que seria uma sucessão simples – perde 15% na transmissão de herança em impostos e taxas de cartórios, o que equivale a R$ 75 mil. Com o planejamento em vida, o valor cai para R$ 15 mil, uma economia de 80%. “A diferença é ainda maior se houver conflitos familiares ou empresariais, que, de praxe, resultam em custos de 40 a 50% do montante em disputa”, compara o empresário, que também é advogado.
A Guardadoria tem serviços gratuitos – como o registro ilimitado de memórias e dos Guardiões da Vida, pessoas de confiança responsáveis por manter o legado dos usuários – e outros que incluem o apoio profissional, personalizado e discreto para a construção de holding familiar e elaboração de testamentos, com valores mais acessíveis aos praticados pelo tradicional mercado de advogados, planejadores financeiros e corretores de seguros.
Sobre a Guardadoria
Plataforma de organização do pós-morte e planejamento sucessório. Criada em 2023, a Guardadoria promove a reflexão sobre a finitude da vida e oferece serviço de registro de memórias, testamento digital, constituição de holding familiar, memorial de autobiografias e auxílio profissional em questões operacionais, patrimoniais e emocionais.